18 de outubro de 2017

Minha mãe venceu

Quando mais novos, imaginamos como será a nossa vida em idade mais avançada. Pensamos sempre tudo do bom e do melhor, materialmente, sem dar valor, na maioria das vezes, para as relações humanas, de afeto, de carinho e amor.
O tempo passa e continuamos a pensar no futuro, sempre em busca de renovação e aprendizado. No entanto, nesses poucos anos de vida, aprendi com uma mulher o quanto o hoje e o agora são tão importantes quanto o por vir planejado.
Para saber disso, não foi preciso graduação, cursos e viagem ao redor do mundo. Foi-me necessário apenas acompanhar parte da vida de Inês Alves, minha famosa Mamadi. Neste domingo, vejam só que perfeição, ela completa mais um ano de vida.
Para ela, outra temporada de muita batalha! No futuro dela, ela jamais imaginou o luxo, pensou apenas em fazer com que os seus crescessem bem. Como viver bem no dia a dia, em meio às dificuldades. Na vida e no cotidiano dela, ela age com simplicidade: chega a ser poético!
O melhor livro que eu poderia ler na vida. Uma mulher que passou dificuldades inimagináveis, assim como todas as mulheres de favela. Resistência! Soube educar seus filhos e netos. Venceu! Todos estão bem, vivendo. Até chegou a pegar emprestados filhos alheios perdidos pelo mundo...
Se hoje eu e meus irmãos somos e temos alguma coisa, os créditos são todos dela. Lembro de uma frase que me disse enquanto eu mostrava algum feito a ela: "batalhe sem passar por cima de ninguém". Eu já tinha isso comigo, mas me confirmava a excelente mãe que eu tinha, por mais que ela mesma se cobrasse para me dar algo mais.
Tudo que eu faço, ajo pensando nela. Se recebo uma notícia boa, é para ela que ligo de imediato, para que ela saiba que fez parte de todo o processo. Também ajo pensando em retribuir, em algum momento, o que ela fez por mim, o que ela faz, o que me aceita, o que ela luta por mim.
Além de ser uma mulher de ferro (ninguém é Angela Merkel), ainda é boa de copo. É por isso que, neste domingo (8), o Jacarezinho estará em festa mais uma vez.
Felicidades e vida longa à Mamadi! Te amo!

Favela resiste!

Desta vez, eu não sei nem por onde começar. Tantas vidas, tantos ganchos, tantas histórias boas pra se contar. Histórias essas que não aparecem na imprensa, geralmente.
O Jacarezinho, e as favelas como um todo, tem ótimos roteiros para mostrar ao mundo.
E isso aconteceu nesta quinta-feira de Dia das Crianças. O Jacarezinho apareceu na TV não apenas como a violência, o tiro, o tormento e a dor. Mas focado nos pequenos, que são a esperança de um futuro melhor, mais inclusivo, democrático e livre. Principalmente, se pensado nas crianças faveladas...
Quando escolhemos fazer Jornalismo, queremos narrar histórias. E ter a oportunidade de levar o lado feliz e esperançoso do meu povo na TV, foi, pessoalmente, um feito que vou guardar pra sempre.
Na prática do jornalismo, já me emocionei algumas vezes. E, nesta vez, foi um choro mais próximo da minha realidade, de minha gente. Foram lágrimas desde as entrevistas até minutos antes de o programa entrar no ar. E, claro, com a reportagem rodando no Caderno de Esportes.
Agradeço ao Tio Nando, ao Pedrinho, à Jéssica (mãe do Pedrinho) e aos demais personagens que me ajudaram. Lógico, agradeço ao Thiago Silva, que tocou o barco comigo, com incentivo do Bruno Formiga.
Além do mais, nada teria acontecido sem o clique do Fabiano Gigante, que, num segundo, fez uma foto digna de prêmio internacional. Paulo Barros, você foi importantíssimo nisso tudo!
Estou feliz e realizado.
Obrigado, Jornalismo. Obrigado, Esporte Interativo!