31 de março de 2011

Uma de minhas paixões 2

Santo dia que avistei-te
com seu estilo me surpreendi
jamais havia sentido aquilo antes
o teu revérbero tomou conta de mim.

Primeira vista,
aquele tipo de Paixão!
Decidi ali acompanhar-te
e nunca mais te abandonar.

Quando lhe vejo,
tudo parece parar,
até que termine o encontro,
às quartas ou quintas e sábados ou domingos.

No momento,
estamos em paz
nossa relação está a mil
e orgulho-me de sua ação na década de 20
sendo o pioneiro nesse Brasil

Meu Vasco, é de você mesmo que estou falando:
Nova 3ª camisa com mensagens anti-racistas:
"respeito e igualdade" e "democracia e inclusão".
és Uma de minhas paixões
clube sensacional.
A sua história é monumental,
não sou vascaíno por simplesmente ser,
identifiquei-me contigo
e é assim que deve ser
escolhemo-nos e,
na alegria e na tristeza
iremos até o fim.

Grito por ti,
torço por ti,
debato por ti
e zelo por ti...

Pelo Vasco vale tudo.
Tua cruz de malta brilhará intensamente,
e em mim eternamente,
sou grato por existir,

Para sempre, Vasco da Gama!

28 de março de 2011

Nasceu

Amanheceu o dia. A família, em casa, está apreensiva. As horas vão se arrastando. Nada de notícias.

O dia se vai. Já é noite e a família permanece a esperar apreensivamente. Eis que o telefone toca, todos se olham. Será notícias? A menina mais nova, a secretária da família, chega mais uma vez primeiro ao telefone e atende. Ela fica com aquele olhar de atenciosa. E todos olhando para ela com aquela fisionomia de curiosidade esperando qualquer reação da garota.

Passam-se alguns segundos, e ela bate o telefone decepcionada e diz: “Ah, é a Telemar cobrando o mês passado.” E todos em sincronia soltam a respiração. Também decepcionados. Voltam a comer a pizza.

Hora de dormir. A família vai se deitar. Cada um em sua cama, naquela expectativa.

Eis que chega o novo dia. É dia claro novamente. A expectativa continua. A família está à mesa para o almoço e conversam sobre a notícia que nunca chega.

Eis que chega o momento. Logo após o almoço, o telefone toca, mas é o sinal de fax. Todos em volta do mesmo, aguardando a saída da folha. A folha nunca saiu tão devagar. A menina mais nova, novamente foi mais rápida e pegou a folha.

A notícia mais aguardada é lida pela menina: o bebê nasceu. Finalmente. A alegria toma conta da família buscapé.

No dia seguinte é dia de visita. Vão todos conhecer a criança. O mais empolgado é o menino que aparenta ter 18 anos. A família se ajeita em casa para ir à maternidade.

A avó da criança, sempre a primeira a se aprontar, grita mais uma vez que estão atrasados. Tempo depois, a família sai de casa. Questão de tempo para verem pela primeira vez a criança.

Mal sobra espaço na van, e, enfim, chegam à maternidade. Identificam-se. Dirigem-se para o 4º andar na sala 416, onde estão a mãe e o bêbe. Chegam ao corredor cheio de salas com novas mães de todos os jeitos. Chegam ao 416 e, finalmente, a criança é apresentada à família buscapé. O menino, que aparenta ter 18 anos, quer pegar no colo, parecia ser o pai de tão bobo. Mas, na verdade, era o tio da criança.

A visita continua e os comentários sobre a criança vão se desenrolando, o tempo vai passando. O menino empolgado continua com a criança no colo, até que, para tristeza dele, tem que passar a vez.

Chega o fim da visita, funcionários já começam a despachar os familiares. Todos preparados para darem adeus. E o menino empolgado, na sala de visitas, está lavando as mãos para ter mais uma vez a menina em seu domínio. Até que falam para ele, reclamando: "ih, vai ficar ao lado dela amanhã o tempo inteiro, vamos.". Ele responde de primeira, oportunamente: "nunca deixe para amanhã o que pode ser feito hoje.".

Até que, realmente, chega o momento de ir embora. Despedem-se e saem do local de visitas. Na saída, os fumantes vivem momento de êxtase, já que é proibido fumar lá dentro.

O menino empolgado, apaixonado pela criança, registrou um dos momentos que estava com a criança no colo com a câmera de seu celular. Baba a todo momento que olha a Maria Eduarda.


Eu, particularmente, concordo com o menino empolgado. A Maria Eduarda é linda demais: 

Minha Duda!
=======================================================================
Indico o texto Gravidez. Até a próxima!

18 de março de 2011

A arte da fotografia - por Leonardo Lima

Sou um fã da fotografia e queria dar espaço aqui para poder divulgar essa arte. Não sou fotógrafo e não conheço os atalhos, não sei dos detalhes e muito menos da técnica. E por isso pedi ao Léo Lima, um fotógrafo profissional, o qual tem paixão pelo que faz, que fizesse um texto contando o que é a fotografia para ele. Não faltou paixão no discurso. Vamos a ele.

                                              "A arte da fotografia


A fotografia para mim é como se fosse uma espécie de exercício da busca de uma liberdade às vezes imaginária. É a única forma que vejo na qual consigo me satisfazer por completo. A mente e o corpo ficam em uma única sintonia, quase que comparada a um esplendoroso orgasmo sexual. É intenso, lindo, prazeroso, mágico e inspirador.

Mas o campo da fotografia é muito vasto, pode-se fazer muita coisa com essa arte mágica. Um exemplo que sempre dou mesmo que às vezes do mais tosco possível é o seguinte: Comparo a fotografia como a faca. Ela pode passar a manteiga no pão, salvar a vida de alguém ou até mesmo matá-la.
A fotografia não é VERDADE consumada, mas sim um recorte de diversas verdades, tanto para o bom quanto para o mal. Há de se ter muito cuidado com esse instrumento nas mãos.
Já as dificuldades no mercado de trabalho muitas vezes podem parecer uma gangorra. Um mês você pode estar pegando um trampo de possíveis três mil reais, mas passar outros 3 meses sem nenhum trabalho... Sem contar o preconceito que ainda existe quanto aos fotógrafos-jornalistas nas favelas, muitos ainda pensam ser mais um Tim Lopes aventureiro que irá fotografar ''coisas que não podem ser mostradas", o preconceito existe mas vem mudando gradativamente.
Desde 2009 faço fotografia, e conheci essa arte mágica junto ao Programa Imagens do Povo que fica no Observatório de favelas na Nova Holanda. Fato esse que mudou minha vida em todos os aspectos e me ensinou a respeitar os seres humanos acima de tudo, uma fotografia respeitosa, generosa e com consciência.
A função da fotografia popular na parte social é como se fosse assim: Para que fazer? Para nada, mas ao mesmo tempo serve para tudo. Ela, lentamente, transforma as pessoas para vida e o mercado de trabalho vira uma conseqüência que para maioria dos fotógrafos populares passa a ser uma das coisas menos relevantes.
Eu, como morador da favela do Jacarezinho desde quando nasci, Tenho o maior orgulho de ser um morador de favela e independente do que as grandes mídias cansam de dizer sobre ela. Nunca tive problemas em fazer fotografia e ser da favela, muito pelo contrário, isso só me ajuda em outras documentações, o dialogo é diferente, as pessoas o reconhecem! Acho que é isso... a fotografia é a escrita de luz. Quero para sempre escrever com luz e poder levar essa arte para os que ainda não conhecem.

Fotografia é colocar na mesma mira de tiro, a cabeça, o olho e o coração" - Henri-Cartier-Bresson." .
                                                                                                  Leonardo Lima