22 de agosto de 2017

Ode ao ídolo

Ídolo Berola

Quando criança, começamos a nos moldar e ter os nossos gostos. No Jacarezinho, cresci em meio à pulsação do futebol de várzea. Pra quem gosta, um lugar prato cheio pra disputar um bom campeonato, seja no gramado sintético do Campo do Abóbora ou no rala coco do Campo da GE.

Na infância, comecei a ser levado pelo meu tio Marcio Bello pra assistir aos jogos do Azul no Campo da GE, lá na década de 90. Era o time homônimo da nossa localidade, a parte mais alta.

Ali, comecei a ter as primeiras referências do futebol. Em jogos do Azul, fundado em 1974, via um cara brilhar debaixo das traves. Gordinho e fora dos padrões do futebol de várzea de alto nível.

Ser acima do peso nunca foi problema para Berola, o camisa 1 do Azul. Então, passei a ir pro campo pra torcer pro Azul e também pra ver o Berola agarrar. Mais tarde, viria saber porque me encantava tanto por aquele cara doido que se jogava no chão de terra batida. Acabei virando jogador do gol.

Berola foi minha primeira referência, e só positiva, pra posição mais ingrata do futebol. Assistindo aos jogos do Azul lá pelos sete/oitos anos, eu só pensava em jogar no time de maior tradição do Jacaré e ser igual ao Berola: imponente debaixo das traves, respeitado pelos adversários e querido nas resenhas regadas à cerveja pós-jogo.

Não sei se tive sucesso nessa parte, mas eu só pensava em ser igual a ele. Só sei que tive o privilégio de vê-lo jogar, assim como vi Messi, Neuer e cia. in loco na final da Copa de 2014.

Hoje, ouvir dele "você é pica" vale mais do que o que eu poderia ser caso fosse profissional. Até jogo contra ele. Sou completo. Questão de representatividade.

Berola, o meu primeiro ídolo no futebol. Todos sabem da minha admiração por ele. Histórias nossas histórias: assim que nos alimentamos. Qual o seu primeiro ídolo?

Vida longa ao Berola!



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