19 de setembro de 2010

Sistema Ferroviário

Na história, o sistema ferroviário - trem - tem uma participação importantíssima no Brasil e no mundo. Essa importância é bem visível na época da Primeira Revolução Industrial, até porque na época o trem era um dos poucos tipos de transporte que  permitia o deslocamento rápido e eficaz das matérias primas para as fábricas.

Sua participação nas Primeira e Segunda Guerras Mundiais também foi "importante", pois permitia o transporte de soldados e armamentos para onde fossem necessários. Foi pelo trem, o qual os índios chamavam de "Cavalo de Ferro", que os colonos ingleses desbravaram o oeste americano e o trem também ajudou a construir o que é hoje considerada a maior potência mundial. Trens ligaram populações, regiões, continentes que eram completamente isolados e comunicação, por exemplo, demoraria muito tempo para se comunicar algo a alguém distante.

No Brasil, em 1835 houve o interesse de implatar o sistema, mas o projeto não foi para frente, à época dos Regentes. A "Baronesa" foi a primeira locomotiva a circular no país em 1854. O Sistema Ferroviário evoluiu no país, principalmente, no período entre 1911 e 1916 . Em 1957, é criada a Rede Ferroviária Federal, que unificou 42 ferrovias já existentes. Nessa época, surgem também as primeiras locomotivas a diesel no país. Nesta altura, a rede ferroviária brasileira já chegava a alguns países sul-americanos, como Bolívia, Argentina e  Uruguai.

No governo FHC, 1995 a 2002, onde houve uma série de privatizações de empresas estatais, o Sistema Ferroviário não escapou e foi privatizado em 1996 e suas linhas foram divididas por diversas empresas. O desejo inicial dessas empresas era o tranporte de cargas, deixando de lado o transporte de passageiros, que é essencial num país como o Brasil que tem dimensões continentais.

Nessa semana, fiz uma coisa que é praticamente raro de acontecer, andei de trem. Logo de cara, assim que adentrei a "lixataria", vi a situação dos vagões. Estão imundos, sem nenhum tipo de conservação. E num percurso em que demoraria no máximo 30 minutos para concluir, demorei 1 hora e 10 minutos, porque no meio do caminho ficamos parados por cerca de 25 minutos, pois funcionava só numa linha porque na outra havia um trem em manutenção e  por sinal cheguei a ver por fora e parecia estar na mesma situação do trem em que eu viajava. Quando está em movimento, parece que estamos num rally e vemos a diferença entre os vagões.E por sorte, não o peguei num dia quente, estava nublado e "agradável".

Isso eu vi numa vez que andei naquilo. Imagina o cidadão que necessita desse tipo de transporte diariamente. Deve levar chicotadas atrás de chicotadas não só no sentido literal da palavra, pois aguentar aquilo todos os dias... só porque necessita mesmo.

E devemos achar uma solução e talvez começando por um culpado. No caso do Rio, por exemplo, é certo dizer que FHC é o responsável pela situação do sistema ferroviário carioca? Isso é difícil afirmar. Se tivesse mantido o sistema estatizado, difícil dizer que estaria em melhores condições. Para mim, o sistema de transportes em geral, principalmete o ferroviário, deveria ser estatizado. Vendo por fora, a concessionária responsável(SuperVia) não tem o menor interesse em melhorar o que deve, até porque teve seu contrato prorrogado com o Estado há pouco tempo. E ainda quem tem que comprar os trens é o Estado, e este junto à empresa previa um investimento de 2,3 bilhões de reais. Temos 50 anos(atual duração do contrato da SuperVia) para ver esse investimento. Vamos realmente esperar e trocar para outro tipo de transporte ou resta-nos agir?

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