17 de outubro de 2010

Ingratidão

Na última sexta, num belo dia dos professores, sem aula, fui com uns mulambos ao Rio Water Planet, um belo parque aquático na maioria dos sentidos. Foi um grande passeio, ao lado de alguns amigos do colégio, me diverti e me cansei demais.

Brinquedos ali, tobogans aqui, algo mais acolá. Era emoção à flor da pele descer pelo 90 graus.
Uns queriam se apresentar, queriam, sei lá, na verdade estavam de trollagem. Pareciam verdadeiros camicazes querendo se exibir.

Mas, o que eu quero dizer com este texto foi um ato de ingratidão ocorrido no parque. E o que me impressionou foi que esse ato fui eu que cometi(óh, ele nunca é injusto). Só vim perceber isso ontem, sábado. E fiquei me perguntando o por quê eu fiz.

Fiquei com a conclusão de que o ato foi sem querer. Talvez eu estivesse enjaulado pelo senso comum e me perdoei. Alguns vão achar isso uma bobagem, mas através desses pequenos detalhes que conhecemos algumas pessoas(sendo um pouco auto-complacente). Pequenas atitudes nos mostram como um ser é ou um ser nos mostra como é em pequenas atitudes.

Enfim, vou dizer o meu ato. Estávamos por volta das 13 horas da tarde e eu e mais alguns dos mulambos desceríamos por um tobogam conhecido como funil, o qual alguns se recusaram a descer. Pelo nome, percebem-se como é o brinquedo, que em seu final é o nome que o caracteriza. Então que chegou minha vez, aquele friozinho na barriga de sempre e eu fui. Fui fazendo aquele caminho, pernas para cá, pescoço para lá e a vermelhidão nas costas. E quando cheguei à parte do funil, perdi o controle(como se você tivesse controle num brinquedo desses) e caí de cabeça para baixo numa piscina com mais de 2 metros, e eu com aquele discurso de que nado mais ou menos, estava me afogando. Tinha a possibilidade de eu me salvar sozinho, entretanto, o salva-vidas, que mais parecia com o Makelele prateado do Pânico, não vai esperar por essa possibilidade e vai salvar a pessoa que está em apuros. E ele me salvou.

E o "X" da questão está aí. Depois que eu estava recuperado, nem olhei pra cara do lifeguard. Nada a ver o que eu fiz, o cara salvou minha vida e nem um olhar de satisfação. E foi como eu disse, foi como se eu estivesse enjaulado pelo senso comum, se é que me entendem. E os que não entenderam ainda, a minha explicação: o salva-vidas está ali pra fazer aquilo e está ali todos os dias e exausto de pegar pessoas na piscina. E por isso, talvez, não lhe dirigi a palavra agradecendo. Essa é minha explicação, sei que o salva-vidas não vai ler isso e nem deve ligar se agradecem ou não. Mas com esse texto eu o agradeço, reconheci a minha ingratidão.

E repito: pequenos detalhes nos fazem conhecer a essência de um indivíduo e vice-versa

Um comentário:

  1. A verdade é que você se apaixonou pelo salva-vidas, admita. Hahaha
    Pois é, cara. Isso é como quem dá bom dia a um professor e não dá bom dia a um faxineiro, né.
    São coisas automáticas baseadas em senso comum mesmo.

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